Como Ganesha pode ajudar as crianças a enfrentar a vida

Chicago, década de 1940. Num orfanato, crianças consideradas “sem solução” — marcadas por traumas severos — passaram a ter um tratamento um pouco diferente. Em vez de diagnósticos ou castigos, ouviam histórias.
Com “João e Maria”, “Chapeuzinho Vermelho”, fábulas cheias de florestas, monstros e heróis frágeis, aquelas crianças começaram a falar sobre suas dores. Bruno Bettelheim, o psicanalista responsável, percebeu que o que elas não conseguiam dizer diretamente, projetavam nos personagens.
Segundo Bettelheim, quando a menina falava da bruxa, revelava, na verdade, o medo da mãe ausente. Quando o menino se agarrava à esperteza de João, era sua própria sobrevivência que estava em jogo.
Esse episódio não ficou restrito a um experimento isolado. Décadas de pesquisas confirmaram: histórias funcionam como mapas simbólicos. Elas oferecem às crianças uma espécie de “manual secreto” para enfrentar a vida — só que embalado em magia, aventura e imaginação.
É aí que as histórias de Ganesha entram em cena. Um deus com cabeça de elefante e barriga farta, venerado na Índia como aquele que remove obstáculos do caminho. Para uma criança, ouvir suas histórias é como receber a visita de um amigo sábio e engraçado que mostra que os problemas podem ser driblados com inteligência, coragem e até humor.
O mais novo lançamento da Cais Editora – “Ganesha – contos mitológicos da Índia” – nasceu com essa intenção. Divertir e mostrar às crianças (inclusive àquelas que vivem dentro dos adultos) que há muitas maneiras de enfrentar o que parece impossível.
Diante de uma vida cheia de obstáculos inevitáveis, aprender a lidar criativamente com eles é um presente para toda a vida.
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